1º Seminário de Jurados e Professores da UPK de 2018

A União Paulista de Karaokê realiza, tradicionalmente, esse tipo de seminário a jurados e professores com o intuito de capacitá-los mais no que se refere a orientações aos cantores e julgamentos em taikais. Inicialmente era prevista a realização de até dois por ano.

A atual gestão, presidida por Pedro Mizutani, desde o dia da posse tem cogitado aumentar o número para três ao ano e prevendo que um deles seja realizado em alguma regional do interior, até para cumprir diretriz relativa à descentralização.

O primeiro, desta gestão que assumiu em 1º de maio, ocorreu no dia 11 de julho, na Associação Shizuoka Kenjin do Brasil, com o comparecimento de mais de 80 pessoas entre jurados, professores e cantores convidados para avaliações e referências. Quarenta e oito eram professores ou jurados.

A mesa foi composta pelo presidente da entidade ladeado por todos os membros do Conselho de Jurados, nessa ordem: Erika Kawahashi, Elsa Fuchimi, Yasue Kitsuwa, Pedro Mizutani, Tadao Ebihara (presidente do Conselho), Katsuyuki Sano, Tereza Kato, Irene Sacayemura, Cláudio Tsutiya e Hideo Hirose.

Antes de dar início ao mesmo, porém, foi prestado um minuto de silêncio póstumo em homenagem a Masakatsu Sato, que também fora jurado e professor.

O escopo deste seminário, basicamente e como tema principal, foi “Atribuição de Notas”. Como atribuí-las? Em que critérios se basear para isso?

Para isso, a pedido do presidente Ebihara, a professora Kitsuwa, que também é formada em música, ser músico e ter uma banda (Kitsuwa’s Band,), tomou a palavra para, além de orientar os professores no que se refere às orientações aos alunos, dar uma aula teórica, sintética e muito esclarecedora, das noções básicas de música.

Em seguida, com apoios de demais membros do Conselho, passou a se referir em relação às posturas dos jurados e interagindo com os presentes. Disso, uma das reivindicações foi para que os jurados passassem a escrever seus comentários referentes às atuações dos cantores em português devido à maioria, mesmo de idade, não lerem a escrita japonesa, no que pareceu consenso geral.

Foi também debatido sobre a questão do tempo limite nos casos de uma só estrofe, ou do momento certo para cortá-la quando a música for de uma só. O professor Ebihara citou como exemplo o Japão que costuma limitar as apresentações em dois minutos, no que foi contestado por muitos em se tratando de Brasil. Orlando Shimada até sugeriu que se poderia cortar a introdução inicial de algumas para não prejudicar o conteúdo da música. Alexandre Hayafuji acha que no caso de música de uma só estrofe que se cante plenamente. E, por fim, uma sugestão para que o próximo seminário a jurados e professores seja aberto também a cantores. Definições, essas, a serem discutidas e concluídas em próximas reuniões do Conselho de Jurados.

Antes de dar início às avaliações referenciais de cantores convidados pela UPK, Takahata Shoji pediu um aparte para alertar aos jurados que ao serem convidados apenas para serem jurados de letras nos grandes eventos, aceita-los com satisfação porque não se trata de rebaixamento, segundo ele… “talvez, até pelo contrário, porque são os únicos que recebem fones de ouvidos! Ou seja, podendo ouvir perfeitamente a música e a dicção dos  cantores… e até prestarem atenção nas entonações deles, apesar de estarem ali apenas para julgarem as letras”. Foi uma opinião que caiu no agrado geral.

Os cantores convidados para serem avaliados pelos professores e jurados participantes foram, pela ordem de apresentação: Alberto Nakata, Eliane Ushiwata, Sergio Seiji Gusukuma, Junko Maekawa, Morimasa Takine, Kiyoko Takashima, Fernando Asato, Kazuo Sekito e Joji Izumi. Gostei de ter participado do Seminário por ter vivenciado, com meus amigos que também cantaram, um crescimento que valeu muito!”, comentou Eliane, que também faz parte da diretoria da UPK.

O esquema para avaliação foi de os cantores se apresentarem um a um e, imediatamente, recebendo notas tanto dos jurados e professores presentes como dos membros do Conselho de Jurados, para depois fazerem a comparações em separado, conforme fotos dos gráficos de cada cantor mostrados ao vivo à plateia. As análises detalhadas ficaram por conta dos cantores que apresentaram gráficos destoantes, conforme foto abaixo. Em vermelho, notas dos professores e em azul, dos membros do Conselho de Jurados.

Gráficos de notas, em vermelho de professores e jurados e, em azul, dos membros do Conselho de Jurados

A profª Kitsuwa gostou muito do seminário. “Inicialmente, parabenizo a UPK por ter  conseguido trazer 100% dos jurados aqui. Ao longo desses anos, tenho participado de muitos, mas este me surpreendeu não só por esse fato como também pela quantidade de cantores que vieram colaborar para nosso julgamento e análise das notas”, ressaltou. “Notas essas que são a principal polêmica dos concursos e que foi o tema desse seminário. Valor e importância da nota; critérios; e, avaliação e definição da nota, foram discutidos exaustivamente, para tentarmos nivelar nosso julgamento”, prosseguiu. “Além desse tema, discorremos sobre tempo e ritmo; afinação; e, interpretação, abrangendo assim as possíveis variáveis que influenciam na nota final. Não esquecendo, é claro, da sensibilidade musical de cada jurado. Estamos trabalhando para que todos os cantores se sintam corretamente avaliados. Estamos nos esforçando para que nenhum cantor se sinta injustiçado”, concluiu satisfeita com o resultado obtido.

E o formato caiu no agrado geral pela eficiência, rapidez e muita visibilidade no que se refere a comparações e formas de julgamentos. O professor Ebihara já adiantou que aos próximos pretende contar também com fonoaudiólogos devido à importância fisiológico do uso correto das cordas vocais. E o seminário se encerrou ao meio-dia, em ponto.

De minha parte, fiquei muito contente com a participação maciça de quase cem por cento dos nossos professores da UPK no dia de hoje. A harmonia, integração, descontração e muito ensinamento são características marcantes deste seminário. Obrigado a todos, Conselho de Jurados, professores, cantores e toda diretoria da UPK”, mostrou-se satisfeito com o resultado obtido nesse primeiro seminário de sua gestão, Pedro Mizutani, presidente da União Paulista de Karaokê.