Conselho-opinião: Profª Tereza Kato

Antes de tudo, sinto-me honrada por fazer parte do Conselho de Jurados da UPK, presidido pelo Prof. Tadao Ebihara, nesta nova gestão. A nós, membros do mesmo, são exigidos conhecimentos tanto de teoria musical quanto de técnica vocal. Mas todos os jurados e professores, registrados na UPK, devem também estudar e aprimorar suas capacidades de julgar e ensinar. Ao Conselho cabe passar-lhes esses conhecimentos por meio dos Seminários.

Sob meu ponto de vista, para se tornar jurado ou professor de canções japonesas, em primeiro lugar, é necessário que se entenda o idioma. Portanto, se alguém ou algum cantor tiver esse desejo deverá, antes de tudo, estudar a língua japonesa. Até porque aos membros do Conselho também chegam a hora de se afastarem e, ciente disso, para uma continuidade harmoniosa o aspirante a jurado ou professor deve também se preparar como futuro membro. Só um trabalho eficiente e responsável forma novos jurados, capacitados.

Sobre Ética: É importante que os jurados adotem condutas éticas, tais como, não abordar cantores, convidando-os para serem seus alunos com promessa de melhor desempenho. Em taikais, alguns atribuem notas “comerciais” para agradar a comissão realizadora, mas nenhuma nota “protecionista” é boa para cantor algum, porque é enganosa e não vai trazer benefício algum a ele, ao contrário, dará a ele uma falsa ilusão que o impedirá de evoluir. Da mesma forma, muitos têm receio de atribuir notas “baixas“ a alguns cantores para evitar reclamações, mas a consequência é acabar prejudicando cantores que foram bem em relação aos “beneficiados”, provocando uma injustiça!

Aos jurados que atuam em grandes concursos, como Brasileirão e Paulistão, mais do que nunca, deverão manter posturas firmes, sem comentários externos sobre as reuniões que acontecem após cada categoria. Essas reuniões são necessárias para que os resultados das classificações sejam os mais justos possíveis.

Enfim, os jurados devem ser resolutos! Ter capacidade de discernimento, certeza nos julgamentos e saberem justificar as notas atribuídas. Cada jurado tem seu critério de avaliação, mas sou da opinião de que devem estudar mais do que cantores; terem conhecimento de várias músicas, vários estilos; cuidado nos julgamentos; escolha e ensinamentos, principalmente às músicas infantis que têm regras que muitos desconhecem.

Escolha de músicas para crianças: É muito importante a escolha dessas músicas. Tenho observado nas categorias Tibiko, crianças cantando músicas com conteúdos não apropriados para suas idades; e na categoria Doyo A, crianças cantando músicas de Doyo D e C, o que também não fica bem.

Cantor-professor: Por mais difícil que seja, um cantor de alto nível precisa decidir se pretender continuar participando de concursos ou dar aulas, pois concorrer com próprios alunos é uma situação constrangedora a todos.

Cantores: Alguns estudam simultaneamente com vários professores. É questão de opção. No entanto, em minha opinião, a grande maioria se prejudica, porque acaba se confundindo devido às diferentes técnicas de cada, o que, de certa forma, provoca insegurança e, consequentemente, o resultado não será satisfatório. O ideal é cada cantor confiar no seu professor, aprimorar os ensinamentos transmitidos por ele e dar o máximo do aprendizado no momento da apresentação. Maior erro, ainda, é tomar aulas extras com diversos professores quando se aproximam os grandes concursos. Confie em seu professor!

Som: É de suma importância a qualidade do som. Falo por mim! Por exemplo, quando vou cantar, se o som não estiver bem regulado, com microfone puxando bem, perco completamente a vontade de cantar e meu desempenho cai drasticamente. E os sonoplastas também, deverão estar muito atentos às apresentações de cada cantor, pois alguns sequer olham para os cantores que fazem sinal para aumentar ou abaixar o volume de seus playbacks!

Cantar é mesmo uma arte difícil! Trabalhar com cada pessoa, fazê-la emitir voz apropriada a cada estilo de música, realmente, é bem complicado. Ao cantor, há que se dar dinâmica na apresentação, cantar com o corpo liberando emoções através do som, em acordo com cada letra, transformando a canção numa poesia. Por isso, como interpretar a história da canção é muito complexo, mais do que nunca o professor precisa se aprimorar na língua japonesa. É necessário estudar o idioma porque entendendo a letra, a qualidade da interpretação melhora muito.

Assim como é difícil cantar, julgar também o é. Por isso, o recado que deixo otagaini (para ambas as partes), é para que estudemos sempre, porque só o conhecimento consegue trazer resultados de excelência em qualquer atividade a que nos propusermos realizar.

Assim, finalizando, espero que meu depoimento, baseado nas experiências vividas ao longo dos anos, seja útil a vocês, queridos cantores, professores e aspirantes a jurados.

Outrossim, na próxima oportunidade pretendo também dar dicas à arte de “CANTAR”.

Muito obrigada !

Tereza Kato

      OMB 40637     

Nota: A opiniões contidas nesta seção, Conselho de Jurado, não expressam necessariamente a opinião da UPK (União Paulista de Karaokê), sendo inteiramente da responsabilidade do autor.
Mensalmente, pretendemos ter, nesta seção, novos conselhos de outros jurados.