Em seu Encontro, Isinha traz os idealizadores dos taikais virtuais

Angelaisa Toyota, ou Isinha, que é excelente cantora, foi campeã dos principais concursos de karaokê da comunidade nipo-brasileira e se apresentava com frequência em eventos vinculados à cultura japonesa pelo Brasil, também foi prejudicada pela pandemia no que se refere a contato com o grande público, mas não derrotada pelo vírus.
Dinâmica como é, não se deixaria abater pelo isolamento social como uma pedra em seu caminho (Gabriela Mistral). Assim, com personalidade, desenvoltura e simpatia, impediu essa possibilidade valendo-se de um dos instrumentos de comunicação virtual da moda, criando também sua Live, no início, com o tema que domina bem, que é o karaokê.
Denominou-a Encontro com Isinha, para entrevistar e cantar com seus convidados em um programa agradável que já vai se tornando popular no meio da comunidade nipo-brasileira do karaokê.

Recentemente, saindo um pouco de seu tema central, entrevistou jovens líderes de diferentes associações da comunidade para que expusessem suas dificuldades no início e suas conquistas após terem entrado nelas, realizando debate de muita relevância ao futuro das mesmas.

Nesta semana, retomou o tema do karaokê, mas de forma mais abrangente, visto que foi o meio mais atingido de forma contundente pela pandemia porque cerca de duas mil pessoas que participavam semanalmente dos taikais presenciais, de repente, ficaram impedidos de fazê-los. E segundo a UPK, dentre eles, 70% pertenciam ao grupo de risco.
Por isso, dessa vez, Isinha trouxe o tema:

Driblando o isolamento com karaokê virtual…

… e convidando para debate-lo os idealizadores desses eventos virtuais que contemplavam a todos, independentemente de suas idades ou domínio dos instrumentos ou aplicativos que utilizariam nos mesmos.
Os convidados foram: Paulo Watari, da Regional ABCD Bx Santista; Margarida Saiki, da União Cultural e Esportiva Guarulhense (UCEG); Harumi Okino, do 1º Tanabata Matsuri Yorokobi; mais Sayuri Tsutiya, Rosana Sasaki e Alexandre Ochiai, como apoios técnicos; além de Pedro Mizutani, presidente da UPK, no ato representando a Regional Centro-Oeste; e Tiyomi Takase, vice-presidente da UPK e presidente da Regional idealizadora.  

E como em princípio, pela faixa etária citada, seria inimaginável vê-los manipulando uma câmera do celular, ou computador, para se gravarem e depois postarem, para todos os assistirem, Isinha iniciou o debate já passando a palavra a Watari, idealizador do primeiro.

Em linhas gerais, ele os realizou porque já previa sérias consequências psicológicas aos idosos que repentinamente ficariam presos em suas casas. Como o alvo principal era eles, no início encontrou sérias dificuldades porque havia o descrédito em relação aos idosos saberem manipular esses instrumentos para poderem participar.
Assim, achou melhor começar pelo Whatsapp que era o mais usado, inclusive por muitos deles, bastando apenas algumas orientações de uso nesse sentido. Com isso, realizou a primeira como experiência, em 17 de maio, com cantores apenas do grupo Whatsapp da regional, um Kouhaku, com a participação de 24 cantores. Tendo agradado a todos, prosseguiu e já realizou cinco eventos em menos de três meses, um dos quais com 100 cantores! O próximo, seu primeiro taikai, terá 262 cantores, inclusive de outros estados do Brasil!

Apesar de na carona dessa regional, a UCEG, pelas mãos de Margarida, já realizou seu primeiro taikai virtual, com 125 participantes. A diferença é que, usando a plataforma do Google Meet, conseguiu realiza-lo ao vivo, com os cantores se apresentando conforme eram anunciados, diferentemente do Whatsapp, com simples postagem dos vídeos.

E por ser a primeira experiência, ela expôs todas as dificuldades encontradas para realiza-lo, até porque, segundo ela, quando se decidiu por isso, mal sabia mexer em seu próprio celular. Mas a vontade de fazê-lo era tanta que, apoiada pelas orientações, por exemplo, do genro, deu um jeito de concretizá-lo. “Por isso disse à Harumi para nem me perguntar o que fiz porque fiz, não sei o que eu fiz, mas fiz e deu certo!”, justificou brincando, após ter detalhado todos os obstáculos que foram transpondo aos poucos até dar tudo certo.

A seguir, Isinha pediu para Harumi contar como fora realizar um Tanabata Matsuri Virtual, por não se tratar apenas de karaokê, mas também de apresentar as mais variadas modalidades das artes da cultura japonesa. E durante maior período de tempo, no caso, seis horas.

Novamente, pelo ineditismo do uso da plataforma escolhida, Youtube, no início encontraram muitas dificuldades. Se não fosse pela grande repercussão que chegaram, talvez até tivessem desistido, ainda mais porque algumas horas antes de iniciarem o evento souberam que o wifi de onde pretendiam transmiti-lo estava desligado.

Ao final, contornando o problema, iniciaram com duas horas de atraso, mas o resultado foi tão bom que não houve nenhuma queixa do público em relação a isso e, segundo Alexandre Ochiai, suporte técnico do mesmo, mais de seis mil pessoas participaram e até hoje há manifestações no chat aberto para interação com os internautas.

E novamente, Harumi lembrou “que tudo que se quer fazer bem depende de boa estrutura e apoio, que foi o que encontramos de todos os lados, desde os amigos que tinham conhecimento e acesso mais amplo para convidarem atrações até de nossos responsáveis, como o Kunime-san, presidente do Rengokai ABC. Estamos realmente muito gratos a todos que de alguma forma contriuíram para o sucesso de nosso Tanabata.
Por isso puderam contar com grandes atrações especiais, como da própria Isinha e, bem como, de direto do Japão como Robertinho Casanova e Mika da Silva, etc.

A repercussão desses eventos foi tomando vulto que a Liga Centro-Oeste também resolveu realizar o seu e se saiu muito bem também, até porque pode contar com um entendido em informática, Paulo Higaki, que também é cantor.


Com a impossibilidade de participação de Akemi Okamoto, presidente da Liga e do próprio, Higaki, Pedro Mizutani os representou nesse debate. De início deixou claro que o Se Liga na Liga, conforme o intitularam foi baseado nas experiências da Regional ABCD Bx Santista e da UCEG e que, tendo sucesso, resolveram em breve realizar também seu taikai, mas nos moldes ainda dos vídeos.

Aproveitou, a seguir, na condição de presidente da UPK para solicitar às demais associações ou regionais para que também façam os seus, até com esse mesmo espírito do aliviar o possível clima de depressão aos idosos causado pelo isolamento social. E parabenizou a todos os coordenadores presentes, responsáveis por esses relevantes projetos virtuais.

Ao final, após Isinha dar a palavra de despedida a cada um dos convidados, pode se concluir que, a todos esses pioneiros coordenadores desses eventos virtuais valeu muito a pena todo o sacrifício para suas realizações, principalmente por contemplar não apenas a todos que os protagonizaram como também aos espectadores internautas, por lhes proporcionar bons momentos de entretenimento nesse período de reclusão forçada.

Para encerrar a Live, ciente do quão idealistas eles eram, Isinha repetiu, com ênfase, que eles se ofereceram para socializar seus conhecimentos com quem, a partit de agora, resolver realizar também seus eventos virtuais.

Para mais detalhes, os interessados em também realizar seus eventos virtuais, mesmo não tendo conhecimento dessas plataformas, e ver como superaram todas as dificuldades para essas realizações, clique (ou copie) no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=U_0SJ1XvfPU&fbclid=IwAR1Y4douUe-uBLe3gOv3DH2VyaGXLM-gshMITFulN0PtRdhrZIYJ-WKZc34