A pedido do amigo Silvio Sano, que me chama de oniityán, escrevo algumas considerações sobre o karaokê, hobby, este, tão gostoso que envolve até várias gerações de mesma família. Além disso, possibilita que pratiquemos também a língua japonesa que, aos poucos, está se acabando dentro da nossa comunidade.
E com isso mantemos nossa cultura apesar de que, mesmo no Japão a tradição da cultura musical também esteja se ocidentalizando com a nova modalidade do J-Pop. Com isso, recentemente, os enkas tradicionais estão tendo poucos lançamentos. Um pouco shinpai (preocupante), né ?
Bem… sei que sou conhecido como o jurado durão e karai (salgado) nas notas e que tenho cara de okanai (pavoroso), de dar medo… kk, mas os mais chegados sabem que tenho coração mole e que gosto de contar e ouvir piadas, dando boas gargalhadas.
Sendo hoje um dos membros do Conselho de Jurados, acabaram me guindando à vice-presidência do mesmo, sendo que há outras pessoas mais capacitadas ao cargo. Acho que me deram essa responsabilidade por ser o mais velho e em fim da linha… kk.
Ultimamente, tanto no Paulistão como no Brasileirão, tenho atuado como coordenador geral dos jurados e procuro fazer esta seção funcionar na maior harmonia, mas tem vezes em que alguns jurados se esquecem do horário de trabalho e daí, tenho de procura-los ou chama-los pelo microfone, algo muito chato para nós, jurados.
Mas isso tem ocorrido também fora desses referidos concursos, pois já o testemunhei em alguns taikais (concursos) de associações, quando alguns jurados ficam batendo papo com amigos ou alunos e serem chamados pelo apresentador. Portanto, aproveitando o teor deste espaço, sugiro para que os jurados tomem mais cuidado neste item, a não ser, claro, que surja algo fora do previsto.
Aos amigos e cantores, gostaria que entendessem essa nossa postura porque, estando a serviço, não podemos ficar dando muita atenção. Já houve até uma ocasião, comigo, em que um amigo falou-me que eu estava metido e orgulhoso só porque tinha uma florzinha no lapela. Por isso não a coloco mais… kk.
Acho que, atualmente, o nível dos cantores elevou muito graças à dedicação dos mesmos e também dos professores que, cada vez mais, procuram aprimorá-los mais na técnica e na interpretação. Se bem que, acho que o primeiro passo a dar para um cantor ou jurado seja mesmo o de aprender mais a língua da música em questão, no caso o nihongo (língua japonesa), a fim de dar mais expressão nas palavras.
Tenho visto alguns cantores, principalmente jovens, fazendo mais mímicas do que expressando o conteúdo. Por exemplo, na hora que estão cantando o verbete futari (duas pessoas) simplesmente mostram dois dedos, ou hitori (uma pessoa), um dedo; ou forçando expressão de choro quando o verbete é naite (chorar), ou namida (lágrima), achando que com isso estão dando mais sentimento na interpretação. Sentimento se dá, verdadeiramente, na expressão das palavras. Por isso afirmo que há que entender um pouco mais o nihongo.
Tenho ouvido algumas reclamações de cantores, de que há cantores que só cantam uma ou duas músicas desde a categoria B, e que já se sagraram campeões nas vaáias categorias em que passaram. Eu recomendaria que tentassem outras músicas para aumentar seu repertório e aprender outros estilos e técnicas aos quais, com certeza, seu próprio professor irá incentivá-lo a cantar outras músicas.
É o que tenho a dizer para este momento. Falei demais! Vamos cantar! Vamos fazer desse hobby gostoso um tanoshimi(lazer) e não um kurushimi (sofrimento).
Boa sorte a todos!
Katsuyuki Sano
Começou a cantar em 1986, jurado em taikais desde 1993,
ABRAC desde 1995 e da UPK desde 1996
(11) 2041-1921/98590-6158
katsuyuki.sano@hotmail.com
Nota: A opiniões contidas nesta seção, Conselho de Jurado, não expressam necessariamente a opinião da UPK (União Paulista de Karaokê), sendo inteiramente da responsabilidade do autor.
Mensalmente, pretendemos ter, nesta seção, novos conselhos de outros jurados.